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Foto do escritorThiarles Sosi

Literatura Brasileira: Entrevista com o Poeta Antônio Fernando (Canal Poeta e Patriota Antônio Fernando)

Esta é uma série de entrevistas com poetas, escritores, letrados e leitora concedida à nossa Editora, por ocasião de discutirmos o futuro da literatura brasileira no século XXI.


Série de entrevistas: As Letras Brasileiras do Século XXI

Em nossa primeira entrevista publicada, queremos trazer o poeta Antônio Fernando, famoso por suas postagens polêmicas em seu canal do Youtube, e perguntar-lhe um pocuo sobre sua vida e carreira. Segue a nossa entrevista. Boa leitura!


Entrevista escrita com o Poeta Antônio Fernando para a série de entrevistas “As Letras Brasileiras do Século XXI”


Imagem fotográfica: Antônio Fernando (2024)


Thiarles Soares (TS): É um prazer ter conosco o poeta Antônio Fernando, uma das figuras mais emblemáticas e esquecidas das “Letras Brasileiras do Século XXI”. Queremos fazer esta entrevista para apresentar aos nossos leitores pessoas que, dedicadas às artes, tenham um patrimônio cultural a oferecer para a nação brasileira. A nossa primeira pergunta para o Poeta Antônio Fernando é quem é o senhor? Conte-nos um pouco sobre o senhor, sua vida e profissão.


Antônio Fernando (AF): Em primeiro lugar quero agradecer a Editora Nova Ágora, ao seu editor Thiarles Soares por essa entrevista. Bom, nasci na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1956, de família pobre, suburbana, filho de mãe solteira já que o meu pai era casado com outra mulher, basicamente fui criado pela minha avó materna. Fui registrado com o sobrenome de minha mãe, o sobrenome de meu avô, que foi maestro e compositor da banda do Corpo de Bombeiros do RJ, que por sua vez herdou o sobrenome de meu bisavô Joaquim, herói da Guerra do Paraguai. Tive uma infância normal, sempre matriculado em escola pública, até os meus 11 anos quando fiquei doente devido a um dente mal extraído, um tumor cresceu em minha mandíbula, fazendo com que os médicos removessem o tumor com a mandíbula juntos. Fiquei sem mandíbula mas vivo! Fui alfabetizado por uma professora particular, uma linda moça que me ensinou a ler, escrever e fazer contas, depois que aprendi a ler ela me deu várias revistas de astronomia e eu fiquei fascinado com aquilo, foi o meu despertar na literatura, e aí, eu comecei a ler tudo, revistas, livros, minha avó então me incentivou muito comprando revistas do Amaral Netto, o repórter, e as Seleções do Reader's Digest, cheguei a ter uma grande coleção das Seleções. Completei meu ensino fundamental e médio no colégio particular São João Bosco. Tinha um imenso gosto pelas ciências,tanto que cheguei a fazer vários vestibulares para medicina, biologia e geologia, mas não  passei em nenhum deles, só fui entrar na faculdade na década de 80, no curso de Letras/Literatura na extinta Faculdade de Humanidades Pedro II aqui no Rio.

Entrei em contato com a esquerda no final da década de 70, no começo da década de 80 eu conheci pessoalmente o comunista Luiz Carlos Prestes, um homem baixinho e de aperto de mão fraco. Até então eu era apenas um simpatizante da esquerda, foi quando eu entrei na faculdade é que eu me filiei ao PCB, pois a universidade estava totalmente aparelhada pela esquerda (DA,s e DCE), dominada pelo PCB, PT, PCdoB, os estudantes conservadores não tinham espaço e eram perseguidos. Praticamente perdi toda a década de 80 fazendo militância política, sendo apenas mais um idiota útil! No começo da década de 90 voltei a universidade como ex-aluno para fazer militância política, foi quando conheci a minha esposa com quem tive dois filhos, Bruno e Danton. Nunca cheguei a dar aulas como professor. Trabalhei como camelô, fotógrafo de rua e festas, trabalhei muito com as câmeras Polaroid. Comecei na escrita fazendo um diário mas devido a minha preguiça acabei escrevendo poemas. Também escrevi vários contos e um romance, alguns estão publicados no meu blog.


TS: Quando o senhor se viu “tragado” pela poesia e decidiu ser poeta?


AF: Fui tragado pela poesia quando percebi que com ela se pode falar de tudo e de tudo um pouco. Em versos você pode descrever tudo no universo. A poesia é ampla e irrestrita, mas até hoje eu não sei se sou um verdadeiro poeta.


TS: O senhor exerce um trabalho volumoso nas redes sociais nos mais variados temas. O que acha das redes sociais como meio de propagação de ideias? Acha que no Brasil estes serviços são bem servidos à nação?


AF: Acho que as redes sociais têm um papel importante na divulgação de ideias, sobretudo em ideias e ideais conservadores, libertários e cristãos, nesse mundo do "politicamente correto" que de correto nada tem.  Infelizmente no Brasil as redes sociais são tolhidas por restrições e falta de liberdade impostos principalmente por um desgoverno e um tribunal tirânico, com total apoio da chamada "grande mídia".


TS: Muitos dos nossos leitores ouviram falar de seu nome por meio das numerosas menções polêmicas e até cômicas do filósofo, falecido já, Olavo de Carvalho, com quem o senhor teve atritos num momento, e depois mudou em uma inesperada amizade entre vocês. Conte-nos um pouco sobre essa passagem do poeta de um para o outro?


AF: Sim, de poeta e ateu para poeta e patriota foi uma longa caminhada de libertação, e tudo começou quando num vídeo meu no YouTube eu xinguei o filósofo Olavo e como resposta ele fez um vídeo histórico, depois disso eu comecei a prestar atenção no que o Olavo dizia e escrevia, e foi quando, literalmente, eu sai da caverna em que vivia, e comecei a devorar os livros do Olavo. Foi duro descobrir o quanto eu perdi de anos nas trevas do comunismo. Alguns anos antes do meu contato com o Olavo de Carvalho eu já não me considerava um comunista e sim anarquista, o que na prática é a mesma coisa, pois o anarquismo de esquerda está a serviço do comunismo. Mas sem dúvida alguma foi Olavo de Carvalho, com a Graça de Deus, que me livrou do comunismo e do ateísmo.

Outra coisa que também impactou a minha vida foi a facada que o presidente Jair Bolsonaro levou, senti um profundo desprezo pela esquerda, foi como se eu também tivesse levado aquela facada.


TS: O senhor se considera atualmente um ex-comunista e um ex-ateu. As duas coisas estão ligadas? De que forma o senhor as superou?


AF: Sim, sou um ex-comunista e um ex-ateu. Comunismo e ateísmo são os dois lados da mesma moeda, estão fortemente ligados. O comunista que se diz cristão faz isso por estratégia, para se infiltrar nas igrejas, sejam elas católicas ou evangélicas. Sim, superei, resgatei as minhas origens de uma família cristã.


TS: O Poeta Antônio Fernando de hoje talvez discorde de muita coisa daquele do passado. Acha que a liberdade de expressão foi o fator exponencial para esta mudança?


AF: A Liberdade de Expressão foi e é para mim e para todos fundamental, sem ela não há liberdade. Por isso os ditadores e todo tribunal tirânico são contra a liberdade de expressão.


Thiarles Soares: Voltando a falar de Olavo de Carvalho, o senhor demonstra grande apreço por suas ideias; tem, inclusive, escrito vários poemas e dedicado vários vídeos a ele. Quem é Olavo de Carvalho para o senhor?


Antônio Fernando: Olavo de Carvalho, o Mestre Olavo, é um dos maiores filósofos do mundo, as gerações futuras vão agradecer ao filósofo Olavo por ele ter deixado essa magnífica obra filosófica e literária. A nação brasileira tem o privilégio de ter Olavo de Carvalho como seu filho, um filho ilustre e imortal!


TS: O senhor exerce um trabalho crítico bastante agudo com relação ao Estamento Midiático e Governamental atual. Como o senhor enxerga o panorama cultural brasileiro de hoje? É esperançoso quanto ao futuro da cultura nacional?


AF: Com a esquerda no poder o panorama cultural brasileiro está péssimo com as pautas esquerdistas, a Lei Rouanet, por exemplo, só serve para enriquecer os artistas lacradores do sistema. Não há cultura na esquerda, só há ativismo político, a chamada grande mídia e grande imprensa viraram garotos-propaganda do governo lulista e replicantes das diretrizes globalistas, ou seja, todos dominados pela esquerda. Mas, felizmente, com o crescimento da direita nacional e internacional isso tende a se reverter para o lado das causas libertárias e conservadoras, e é claro que temos que ter paciência, pois tudo isso é um processo trabalhoso, de conquistas e perseverança. Não há mais dúvida que a grande cultura, as artes, a filosofia, a literatura, e até mesmo a ciência, estão no campo da Direita. A verdadeira arte, ciência, literatura e filosofia podem, e devem, andar lado a lado neste imenso universo criado por Deus.


TS: Seu bisavô foi herói da Guerra do Paraguai? É algo interessante, já que o senhor possui uma memória afetiva entre aquele fato histórico nacional e a sua história. Já pensou ou já escreveu algo sobre ele, talvez um romance baseado na vida dele?


AF: Sim, meu bisavô Joaquim Vieira de Almeida lutou na Guerra do Paraguai, participou de algumas batalhas e inclusive foi ferido em uma das mãos por um estilhaço de bomba, ficando sem os movimentos dos dedos de sua mão. Minha avó tinha uma foto dele, a única, já idoso, com algumas condecorações no peito e uma vasta barba e bigodes, infelizmente essa fotografia se perdeu quando eu ainda era jovem. Nunca pensei em escrever sobre ele, mas, certamente, sua história daria um belo romance.


TS: Na sua longa jornada, houve vários episódios interessantes, como quando conheceu Luís Carlos Prestes, talvez, maior herói da esquerda brasileira. Como foi quando o conheceu?


AF: Conheci Luiz Carlos Prestes logo após a anistia na ABI ( Associação Brasileira de Imprensa ), esse foi o meu primeiro encontro com Prestes, um homem baixinho e frágil, com um aperto de mão de moça, difícil de acreditar que aquele homem foi um dos chefes da Coluna Prestes e depois um líder comunista, mas, enfim, assim era o Prestes. Depois tive mais dois contatos com o Prestes, uma numa festa de aniversário e a outra no seu enterro.


TS: Com essa visão “panorâmica” da cultura brasileira, perpassando a esquerda e a direita, vendo e testemunhando a decadência da cultura brasileira do século XX, o senhor já pensou em escrever uma autobiografia?


AF: Testemunhei a decadência da cultura e da política brasileira da última metade do século XX promovida sobretudo pela esquerda brasileira e a esquerda internacional, e agora eu comprovo os frutos malditos dessa decadência nas primeiras décadas do século XXI. Nunca pensei em escrever uma autobiografia, apesar de ter algumas histórias para contar.


Thiarles Soares: Acha que a poesia é uma forma caótica de ver o mundo, ou uma forma ordenada de ver o caos?


Antônio Fernando: A poesia, enquanto arte verdadeira, tem que ter uma forma ordenada de ver o caos, mostrar com arte e sabedoria a desordem no caos, e não como faz a poesia panfletária de esquerda que utiliza o caos para fazer proselitismo doutrinário e político.


TS: Acha que essa conivência da “Grande Mídia” por uma forma de censura, parte do fato de se sentir ameaçada em sua hegemonia pelo avanço de influenciadores digitais, já que eles são concorrentes da opinião pública?


AF: Sim, certamente, a "grande mídia" se sente ameaçada pelo avanço das redes sociais com seus influenciadores digitais que prezam pela liberdade de expressão. A "grande mídia" está completamente corrompida pelo ativismo esquerdista, há muito a opinião pública já percebeu isso, não há mais liberdade de opinião e pensamento dentro dessa "grande mídia" comprada pela esquerda.


TS: De anarquista de esquerda, tornou-se libertarianista de direita? Fale um pouco da diferença de ambos.

AF: Minha visão de mundo mudou completamente, hoje defendo a liberdade do indivíduo, a propriedade privada, o capitalismo, o livre mercado, a liberdade religiosa, menos estado na vida do indivíduo. Hoje me considero um anarcocapitalista, conservador de direita e cristão.


TS: O senhor se considera “patriota”, que no contexto atual está maculado por má imagem pela grande mídia como um estorvo ideológico da direita brasileira (e até internacional) a ser superado em nome do progresso social. Como o senhor se sente como “patriota” diante do estado atual do Brasil?


AF: Cada vez mais me considero um Patriota, pois todo verdadeiro patriota ama seu país, quer ver a soberania plena de seu país e a liberdade de seu povo. A grande mídia comprada pelo globalismo e pela esquerda sabe que é no patriotismo do povo que está a sua maior barreira para o seu completo domínio das massas, daí a sua feroz perseguição aos patriotas no Brasil e no mundo. Foi com patriotismo que o povo argentino elegeu Milei, é com patriotismo que o povo venezuelano está lutando contra a cruel ditadura de Maduro, é com patriotismo que o povo norte-americano vai reeleger Trump, é com patriotismo que nós, bolsonaristas, vamos dar um pontapé no lulismo. Sou patriota sim, e sempre serei!


TS: Falando agora um pouco de sua experiência literária, gostaríamos de saber quais são as influências literárias do poeta? Quem são seus escritores e poetas favoritos?


Antônio Fernando: Bom, as minhas influências literárias e poéticas são muitas, vou citar alguns escritores e poetas, são eles: o poeta português Cesário Verde, Fernando Pessoa, Castro Alves, Manuel Bandeira, Luís de Camões, Mario Quintana, o poeta Bruno Tolentino, o poeta Omar Caiam, Charles Bukowski, Roger Scruton, o filósofo Olavo de Carvalho, o romancista Jonas Batista dos Santos, enfim, todo bom escritor é influenciável.


TS: Quais obras literárias têm influenciado o senhor?

AF: O conjunto da obra do grande filósofo Olavo de Carvalho.


TS: Há um livro de cabeceira? Qual?

AF: Sim, a Bíblia. A Grande Poesia de Deus.


TS: O que teria lido mais cedo caso tivesse conhecido antes?

Antônio Fernando: Nossa Senhora dos Ateus, do escritor Paulo Briguet; e Submundo Hacker, do escritor Laudelino de Oliveira.


TS: Há em alguns de seus contos e, nesta entrevista reforça-se, a ideia da gratidão pela vida, “Estou vivo”, quase como uma autoafirmação. A que se deve esta visão?


AF: Quando menino antes de ser operado, numa operação de alto risco, minha avó me deu uma imagem de Jesus e eu na noite que precedeu minha operação coloquei a imagem debaixo de meu travesseiro. No dia seguinte quando acordei da anestesia eu pensei "Estou vivo" e agora eu digo: Graças a Deus!


TS: Percebe-se no seu conto “A Carpa” toda a mescla de seu pensamento, quase uma paródia da vida do poeta e escritor atual. Hoje, os poetas e escritores vivem numa “casa maldita”, e só se olham de longe, por meio dos seus escritos. O poeta Antônio Fernando deseja estar na parede daquela casa?

AF: Não, desejo estar apenas nas mentes das pessoas que um dia possam compreender o homem que sou, apenas um poeta lutando pela liberdade de ser poeta.


TS: Agradecemos muito ao senhor pela sua entrevista, foi um enorme prazer tê-lo conosco. Gostaríamos que deixasse uma mensagem para escritores e poetas do Brasil e para a nossa literatura que deve, como o senhor, renascer das cinzas.


AF: Agradeço a todos da Editora Nova Ágora, e a minha mensagem é lembrar que todo escritor e poeta tem o dever de lutar por uma Pátria Livre e Soberana que respeite a individualidade, a liberdade de expressão e a democracia. Um dia, enquanto homem e pecador, eu renasci das cinzas, mas a nossa literatura humana e conservadora jamais serão cinzas, pois ela é a própria chama da liberdade.


Link do canal do Youtube do Poeta Antônio Fernando: https://www.youtube.com/@canalPOETAePATRIOTA

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